As sandálias que usamos

《Andamos aqui com as sandálias emprestadas. 
Não são nossas, mas de Deus. 
Encontrei nas sandálias do frei os pés de Deus》.


Hoje foi mais um dia de serviço na João13... 

Como já aqui disse, a João13, nas pessoas que acolhemos, tem-me ensinado muitas coisas, sobretudo tem-me ensinado a estar, a olhar, a sorrir, a dar um abraço, a conhecer e a escutar.

Hoje, o meu serviço foi mais 'discreto' e escondido, mas ainda tive tempo de sair um bocadinho para ver, cumprimentar e falar com os nossos amigos.

Desde o primeiro dia que me comprometi, com um deles, a levar um papel com o Evangelho de Domingo e uma pequena reflexão minha sobre o texto evangélico. Confesso que essa reflexão vai na linha do que a pessoa precisa de ouvir... e lá lhe vou pregando.

Com outro, comprometi-me a perguntar sempre como tinha passado o dia e que avanços fez na sua procura, já que a João13 o levou a arranjar um trabalho e a arranjar a motivação necessária para querer sair da rua. 

Hoje, depois de falar com um dos que recebemos, ele sai-se com a frase que acima citei. Dizia ele que, apesar de não ser muito 'crente', viu em nós um rosto amigo, próximo, sincero e tranquilo. Dizia ele que era assim que concebia Deus, "o Deus amigo". 

Mais uma vez, percebo que a primeira pregação é a nossa própria vida e o modo como a vivemos. Sempre me considerei tímido e incapaz de ser extrovertido com pessoas que não conheço e, por isso, sempre me achei não muito capaz para falar com os nossos amigos. 

Ultimamente, tenho percebido que tenho feito alguma conversão interior que se reflecte no exterior e esta é uma delas.

De facto, somos apenas instrumentos de Deus, pois "as sandálias que usamos não são nossas, são de Deus".

 Pax Christi. 

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